Jorge Senge, capitão do Equador na CONMEBOL Copa América Fútbol Playa 2025™

Entrevista com uma das figuras de La Tri.

12 de fevereiro de 2025
CONMEBOL Copa América™
  • Esteve perto de estrear no Manta FC no futebol 11.
  • O capitão sonha em levar o Equador novamente a uma Copa do Mundo.

Jorge Senge está ansioso para viajar ao Chile. A intensa preparação do Equador o mantém motivado: “A Copa América é a competição mais linda do mundo: te dá a vaga para a Copa do Mundo, essa sensação é única”.




— Você disse que seu maior sonho é jogar a Copa do Mundo. Qual é a expectativa de vocês?


— As pessoas que estiveram em Bahamas (2017) falam disso: é como quando você tem um filho. É uma alegria, uma tremedeira, é como ganhar na loteria. Eles me transmitiam isso: que se classificar para a Copa do Mundo é uma das coisas mais importantes da vida. Estamos treinando forte e duro para essa competição que será muito exigente, cada partida será uma história e uma final. Estamos otimistas, trabalhando em três turnos.




— Em Rosário 2023, vocês terminaram em nono lugar, mas em três jogos da fase de grupos perderam por apenas um gol. É uma margem muito pequena.


— Com o tempo, você vai entendendo essa modalidade. Você pode jogar bem e perder por um gol, assim como pode jogar mal e vencer por 1 a 0. Isso é o que torna essa disciplina especial. O Equador será sempre uma seleção que lutará e batalhará. Você pode estar perdendo por 5 a 0, mas o Equador continuará tentando jogar. É por isso que acho que ninguém quer cruzar com a nossa seleção pelo caminho. Foi uma competição linda na Argentina, muito quente. De todas as competições em que estive, a da Argentina foi a mais difícil, porque nunca tinha visto algo assim: você sai de campo, jogam a toalha e começa a sair fumaça. Muito quente, muito difícil. Por pequenos detalhes e erros pontuais, acabamos perdendo jogos que já estavam em nossas mãos. Tirando o Brasil, que está em outro nível, o Equador está perto. É difícil que passem por cima da gente.




O “Espantalho” Senge (32 anos) fez as categorias de base no Manta FC, onde jogava como volante. Atuou por quatro anos na equipe reserva e chegou a estar no banco de suplentes do time principal contra a LDU de Quito e o Barcelona. Em 2012, essa fase terminou e ele começou a trabalhar como preparador físico no mesmo clube, até que em 2017 conheceu o futebol de praia.




— Quando você começou a jogar futebol de praia?


— Em 2018. Fui assistir a um torneio, minha esposa estava grávida. Um dos times estava com um jogador a menos e eu não tinha nem roupa para jogar. O professor Jardel, um brasileiro, me convidou para entrar. No primeiro dia, fraturei um dedo, foi difícil. Ali começou meu caminho. No ano seguinte, fui campeão com a seleção ao vencer o Paraguai em Manta.




— O que foi mais difícil na adaptação do futebol 11 para o futebol de praia?


— Correr. Era difícil correr na areia em alta velocidade ou dar um passe preciso. O mais complicado foi correr, eu torcia os dedos e sofria entorses sozinho. Levantar a bola também foi difícil, mas é muito importante porque permite sair de qualquer situação complicada. A bicicleta no começo é difícil, mas depois você se acostuma a cair para um lado. Tudo é adaptação.




— Vocês têm o Chile no grupo, que jogará em casa. Quanto isso pode influenciar?


— Quando alguém joga com sua torcida, isso é um bônus, uma motivação. São esses os jogos que o Equador gosta, quando tem torcida. Pessoalmente, eu gosto quando o estádio está cheio, porque é o momento de mostrar e jogar. O Chile vem com um novo processo, vejo que tem jogadores novos. A torcida pode influenciar, porque estará apoiando muito, e o chileno gosta de vencer. Eles vivem isso intensamente. Esperamos que isso não afete nossos jogadores mais jovens. Os mais experientes já sabem como é. Temos que orientar os mais novos, mostrar que é possível e que devemos acreditar.




O Equador estreia no torneio em 22 de fevereiro contra o Uruguai. Chile, Colômbia e Bolívia completam o Grupo A.


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