Xan Lamigueiro, o treinador da Venezuela na CONMEBOL Copa América Fútbol Playa 2025™

Entrevista com o espanhol que terá seu primeiro grande torneio com a Vinotinto.

19 de fevereiro de 2025
CONMEBOL Copa América™
  • Assumiu a Venezuela em 2024 e terá no Chile seu primeiro grande desafio.
  • Chega com uma longa trajetória no futebol de areia.

Xan Lamigueiro assumiu como treinador da seleção venezuelana em setembro de 2024. O espanhol chega com uma vasta experiência na modalidade, tendo comandado o Napoli Patrón BSC (Grécia) e o Vilaflor (Portugal), além de ter sido assistente das seleções da China e dos Emirados Árabes Unidos.


-Será o seu primeiro grande torneio dirigindo a Venezuela. Qual é o objetivo?


O objetivo é competir em todas as partidas, sermos o mais competitivos possível. Melhorar os erros que tivemos no último torneio e tentar fazer com que as situações ofensivas e defensivas que treinamos nesses módulos apareçam no jogo.


-É utópico pensar na classificação para o Mundial?


Acho que sim. Podemos ter esperança, que é o que deve mover qualquer trabalho, paixão ou esporte. Mas é preciso ser coerente e realista: a Venezuela ficou muito tempo parada. Agora iniciamos este projeto e estamos muito felizes com o trabalho, mas encontramos seleções que vêm de projetos duradouros: o mesmo corpo técnico, jogadores jovens que agora estão com 26, 27, 28 anos, que é a idade ideal para atingir o auge do nível. É difícil, porque temos que igualar o trabalho de 6, 7 ou 8 anos do Paraguai, que organizou um Mundial, e o que vem fazendo a Colômbia... Mas isso não nos impede de tentar competir em cada partida e fazer com que não seja apenas uma experiência. Competir para poder sonhar.


-Tecnicamente, taticamente, o que a equipe conseguiu melhorar nesses meses de trabalho?


Não posso dar muitas pistas (risos), porque os outros treinadores buscam muitas informações. Não é algo que deva ser escondido, mas aqui gostavam muito de correr. Era difícil ter o controle do jogo e, às vezes, partidas que estavam ganhas não conseguiam ser fechadas e se perdiam. E o contrário também: partidas que pareciam perdidas, com esse estilo de muita luta, desorganização e entrega total, às vezes eram viradas. Esse foi o meu diagnóstico antes de chegar. Nossa ideia é ter um pouco mais de controle para poder gerenciar os jogos: quando estivermos bem, manter esse controle; e quando estivermos mal, ter a calma para tentar reverter a situação.


Xan é um apaixonado pelo futebol de praia. Conheceu o esporte aos 23 anos, em Vigo, no ano 2000, quando um amigo o convidou para jogar: "Posso dizer que foi uma das maiores sortes da minha vida." Entre os aspectos que deveriam ser mais valorizados na modalidade, destaca sua importância na formação dos jogadores: "A areia é um ambiente que praticamente não provoca lesões e proporciona muitos exercícios cognitivos, devido ao quique da bola e aos movimentos exigidos."


-Qual é a sua análise do grupo que caiu para jogar no Chile?


Temos que ser realistas: dos dois grupos, o nosso é o mais complicado. A Argentina disputou o último Mundial, o Brasil é o atual campeão do mundo e, além disso, temos o Paraguai, que ficou fora da última Copa do Mundo, mas já disputou outros, organizou um Mundial em casa e tem uma média de idade jovem. Depois, vêm Peru e nós. Sem tirar mérito do outro grupo, que tem a Colômbia, que também jogou um Mundial, o Uruguai, que já disputou vários, e o Equador, que enfrentamos e o jogo foi para a prorrogação. Todos são difíceis, mas, neste ano e neste sorteio, acredito que o nosso grupo seja o mais forte.


-O que você acha que pode encantar o público no futebol de praia?


O futebol de praia é um esporte que, mesmo que você não conheça as regras, basta sentar para assistir a um jogo e se apaixonar. Porque são jogadas espetaculares. A própria duração do jogo ajuda: hoje parece que tudo nos entedia e que não conseguimos prestar atenção em algo por mais de uma hora. O futebol de praia tem tempos de 12 minutos, depois há intervalos para relaxar, tem música... Acho que conseguimos manter a concentração e que as próprias jogadas da modalidade ajudam a atrair o público.


A Venezuela fará sua estreia no torneio contra o Paraguai no dia 22 de fevereiro.


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